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Sem shows, Gusttavo Lima convoca empresários da música: "É hora de agirmos"

Sem shows, Gusttavo Lima convoca empresários da música: "É hora de agirmos"

O mundo do entretenimento foi o primeiro e, talvez, o mais afetado até agora com a pandemia do Coronavírus. A primeira providência dos órgãos públicos foi proibir qualquer tipo de aglomeração, o que obviamente significou a suspensão de shows e o fechamento de boates e casas de espetáculo.

A partir deste momento, no início do mês de março, as agendas de todos os artistas do Brasil foram suspensas com a expectativa de que só depois de, pelo menos, três meses a situação voltaria a se normalizar.

Mas, e aí? Quem vai pagar a conta?


A Coluna do Leo Dias conversou com empresários de sertanejo, funk e samba para tentar descrever a atual situação dos escritórios de música e como ficarão as milhares de famílias que dependem do showbusiness para sobreviver.

Gusttavo Lima, que gere a sua própria carreira, através do escritório Balada Eventos, conversou com a coluna sobre o atual momento: "É hora de agirmos como ser humanos. Não vou deixar meus funcionários na mão. Não vou demitir ninguém, nem reduzir o salário de nenhum funcionário. Eu tenho cerca de 50 pessoas que viajam comigo e outras 50 nas minhas empresas, e tudo permanecerá igual", garantiu o cantor. Mas ele sabe que o mercado não agirá como ele. Por isso, ele está convocando para a próxima quinta-feira (26) empresários de música sertaneja para uma reunião em que discutirão como agir nos próximos meses.

Para se ter uma ideia da importância e dependência de um show para a vida financeira de um artista e seu escritório de música, as apresentações musicais representam 100% do faturamento de um artista de pequeno porte no Brasil. Um artista de médio porte, que recebem auxílio de gravadoras, os shows representam entre 80 a 90% de sua renda. Já os grandes artistas dependem menos, cerca de 70% da renda total vem dos shows, os outros 30% vêm das gravadoras e de campanhas publicitárias. Esses, estão bem mais tranquilos. Anitta, por exemplo, é a única artista no Brasil que fatura mais com publicidade do que com shows. Mas sua imagem, para vender qualquer produto, depende demais de suas apresentações.

A Work Show, maior escritório musical do país, não quis se manifestar sobre o assunto. Eles gerem a carreira de nomes como Marília Mendonça, Maiara e Maraísa, Henrique e Juliano e Zé Neto e Cristiano. O que se sabe é que os prejuízos para a empresa são incalculáveis e nunca houve tal situação antes na história da música. Quanto ao salário de funcionários de estrada, a maioria dos escritório diz que, no momento, "estão fazendo levantamento e buscando soluções".

Quer dizer, o futuro é incerto. Até o dia de hoje, as agendas dos artistas aqui citados estão paralisadas até a primeira quinzena de maio, mas não há certeza sobre o retorno dos shows.

A Coluna Leo Dias também procurou o escritório de Luan Santana, que, segundo sua assessoria, ainda não tem um posicionamento oficial, mas acredita que não haverá cortes na equipe do cantor.

Pedro Mota, empresário de Mano Walter e César Menotti e Fabiano, diz que nos primeiros 15 dias o mundo da música ficou impactado. "Não sabíamos como agir, todos nós ficamos paralisados. Agora estamos entendendo o tamanho do prejuízo, mas é hora de produzir novas composições. A partir do dia 1 de abril, meus artistas estarão a mil produzindo música nova, então, muita coisa boa vai vir por aí."

Os artistas que menos estão sofrendo com esta crise são os que compõem, como é o caso de Marília Mendonça, uma das maiores compositoras do país, que têm muito de seu faturamento vindo dos direitos autorais. Na música, quem sabe escrever letra, tem sempre um a grande vantagem sobre os demais.

Os streamings são outra forma de faturar. Quem é sucesso nas plataformas digitais e tem alto número de visualizações no Youtube garante uma renda mínima, pelo menos. Este é o caso de Gusttavo Lima, que está com 4 músicas entre as 50 mais ouvidas no país, o que já lhe garante um rendimento mínimo.

Cada banda ou artista, de médio para grande porte, tem uma equipe de cerca de 20 a 30 pessoas na estrada, viajando pelo país com eles durante as apresentações e outras 20 no escritório, vendendo as datas. A grande maioria desses funcionários de estrada não têm vínculo empregatício, quer dizer, eles ganham por show. No Nordeste, é mais comum que essas equipes que viajam com os artistas tenham carteira assinada. Sempre foi uma prática dos escritórios locais para gastar menos.

Segundo a Coluna do Leo Dias apurou a tendência do mercado é que surja um acordo entre escritórios e suas equipes. Um funcionário que cerca de R$ 8 mil por mês, vai receber, durante este período R$ 4 mil. É a maneira dos artistas garantirem o mínimo de sobrevivência para seus funcionários. É agora que o grande público vai saber como os artistas tratam seus funcionários. Michel Teló já disse que manterá toda a sua equipe, mesmo sem fazer nenhuma apresentação.

Os grandes escritórios têm condição de mantê-los por esses três meses. Já os pequenos empresários de artistas devem acabar deixando suas equipes a ver navios.

No fim das contas, os menos afetados são de fato os sertanejos, que, além de terem um patrimônio maior, têm alto faturamento na internet. O funk e o samba preocupam mais. Procuramos Sérgio Monza, o maior empresário de samba do país, que gere a carreira de nomes como Sorriso Maroto e Mumuzinho, mas ele não quis se pronunciar.

Com colaboração de Lucas Pasin.

Fonte: Coluna do Léo Dias
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